“Se há aquela máxima de que ninguém é insubstituível, Jamelão deixa uma interrogação. No samba, até hoje não apareceu ninguém com a qualidade dele”, diz Ivo Meirelles, que lembra de quando o intérprete gravou seu samba-enredo “Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira Têm” e transformou o refrão “tem xin xin e acarajé” em um verso histórico na Mangueira, no carnaval de 1986.O cantor, compositor e intérprete da Mangueira Jamelão morreu por volta das 4 horas da madrugada deste sábado (14), aos 95 anos, de infecção generalizada.“Jamelão tem um sentido muito especial. Ele deveria ter sido parceiro desse samba, porque quando ele pôs a voz, o samba se transformou numa obra-prima”, lembra Ivo, que diz ainda que esse foi o primeiro samba-enredo da escola que Jamelão gravou em disco. “Eu não tinha voz para gravar samba-enredo e fui buscar o Jamelão. Ele até me recebeu com um pé atrás, achando que era brincadeira”, conta o cantor.
Rosemary: 'É um vazio muito grande'
A cantora Rosemary não escondeu a emoção ao falar sobre JamelãoMangueirense, ela esteve na semana passada na quadra da escola para lançar um DVD em homenagem à Estação Primeira e soube que o intérprete já não estava bem. “É uma sensação de vazio muito grande, quando a gente se flagra perdendo pessoas como ele, honrado, honesto, autêntico. Tenho certeza que o Brasil inteiro está muito sentido e peço a todos que oremos por ele”, disse ela ao G1, com a voz embargada.
'O céu deve estar verde e rosa', diz Gracyanne
Atual madrinha de bateria da Mangueira, a modelo Gracyanne Barbosa disse que, apesar de não ter tido muito contato com Jamelão por ter entrado na escola só este ano, o intérprete vai fazer falta.
"O céu hoje deve estar verde-erosa. Apesar do pouco contato, é indescritível a representação dele para a escola e para a nossa cultura", resumiu a modelo.
